Pe. António João da Silva Neves
BIOGRAFIA DO PADRE ANTÓNIO JOÃO DA SILVA NEVES
Nasceu a 20 de Junho de 1931 em Oliveira de Frades.
De 1955 a 1978, foi Pároco de S. João da Fresta.
Ordenou-se sacerdote a 31 de Julho de 1955.
Entre 1957 e 1960, foi também Pároco de Vila Cova do Covelo.
Entre 1961 e 1978, foi também Pároco de Antas e Casal Vasco.
De 1978 a 1995 foi Pároco de Campo de Madalena e desde Dezembro de 1989, Arcipreste do 1º Rural de Viseu.
A partir de 1995 serviu, na Cúria Diocesana, como Vice-chanceler e Moderador da Casa Episcopal.
Nos anos 1999 e 2000, foi Administrador Paroquial de Oliveira de Frades e Sejães.

Homenagem ao PADRE ANTÓNIO JOÃO DA SILVA NEVES
PARÓQUIA DO CAMPO
Festa do Crisma e Homenagem ao S. P. Neves
(08/06/96)
1- Recepção: No adro da Igreja.
-Arco feito pelos Jovens – responsável – Isaura
– Passadeira feita pelos jovens – responsável- Isaura
– Foguetes à entrada – responsável – Irmandade
– Vivas ao Senhor Bispo e ao Senhor P. Neves – Caiado (Irmandade)
– Ramos a entregar: responsáveis: Campo: Dª Hermínia; Moselos: Dª Mercês; Moure: Sr. António.
2 – Procissão:
– à frente vaia Cruz e as lanternas
– a seguir vão os crismandos
– as crianças da Catequese
– O Grupo Coral
– Os padrinhos dos Crismandos
– os Pais dos Crismandos
3 – Celebração
– C. Entrada: O Espírito do Senhor encheu a Terra
– Admonição Geral: Célio
– Kyrie
– Glória
– Admonições:
1ª Leitura — Graça (Campo)
2ª Leitura — Beto (Moure)
-Leitores:
1ª Leitura — Lena Sofia (Campo)
2ª Leitura — Cristiano (Moselos)
– Oração dos Fiéis:
Moure (António Jorge); V. Nova (Sandra Matos);
Campo (David Coelho); Casal (Pais da Sofia -Mozelos);
Catequista (Paula – Mozelos)
– C. Ofertório: Vamos para Ti, Senhor
– C Comunhão: O Senhor alimentou -nos
Quem come deste Pão
– Acção de Graças: Oferece a Tua Vida
– Discurso: D. Maria dos Anjos
– Poema – Catequese de V. Nova
– Oferta:
– Ramalhete Espiritual (Uner – Dª Laura e Catarina de Moure)
– Salva de Prata – Hermínio Loureiro – Discurso da Junta
– C. Final: O Amor de Deus repousa em mim
4 – Lanche
– Mesa de Honra – Mensagem de Fátima
– Distribuição dos lanches – Apostolado da Oração
– Colocar as Mesas – Cáritas
– Lugar do lanche – Residência; (Instituto)
5 – Organização:
– Comprar a Salva de Prata – C. Económico
– Sonorização da Celebração – C. Económico (Celso)
– Despesas: Ofertório e movimentos
– Ofertório do Dia – para o Centro Diocesano
– Convívio – António Pereira ( trazer a aparelhagem)
– Retirar os Bancos – Acção Católica
– Copos e pratos de plástico – Adélia ( Dorinda avisar)
Discurso de uma paroquiana, Dª Maria dos Anjos
Ex.mo e Reverendíssimo Sr. D. António,
Caríssimo Pe. Neves e senhores padres,
Sejam bem-vindos e queiram aceitar os nossos respeitosos cumprimentos e sinceros agradecimentos.
Em nome desta Comunidade Cristã, a Paróquia do Campo, e como seu representante, cabe-me dar as boas vindas ao Senhor Bispo que, mais uma vez, quis visitar a nossa comunidade paroquial.
É com alegria, Senhor Bispo, que nós o recebemos.
Somos cristãos e é em comunidade que procuramos viver a fé em Jesus Cristo que, por sua vez, nos liga à Igreja, Comunidade dos Filhos de Deus.
Temos consciência da nossa relação com o Povo de Deus espalhado por esta Diocese de Viseu, da qual o Senhor é, em nome de Deus, o Pastor e o primeiro responsável. Ter o Sr. Bispo connosco é uma ocasião de alegria, de renovação e confirmação da nossa fé e até mesmo, uma ocasião de orgulho e satisfação. Obrigada por querer visitar-nos uma vez mais e pedimos que, por seu intermédio e nesta oportunidade, derrame sobre todos nós os dons do Espírito Santo para que sejamos mais comunidade e melhor Igreja de Jesus Cristo.
O Espírito Santo e os seus dons vão certamente ser derramados num grupo muito especial da nossa Paróquia e que também quero saudar: o grupo dos crismandos, quase todos jovens, e que vão receber a força para serem apóstolos e trabalhadores nesta Messe do Senhor, onde todos somos poucos.
Queria dizer-vos, caros jovens, que nós, adultos, vos queremos acolher o melhor possível, mesmo sabendo que ides ser diferentes de nós, exigentes, às vezes incómodos, às vezes teimosos ou difíceis de levar. Dai-nos a colaboração da vossa juventude, a alegria do vosso entusiasmo, o calor dos vossos sonhos e projectos.
Em terceiro lugar, esta Paróquia quer vestir-se hoje de festa por outra razão: praticar um acto que é de justiça, mas que fazemos com carinho, com gratidão e muita amizade. A homenagem ao nosso caríssimo Padre António Neves que, durante cerca de 17 anos, caminhou connosco, sofreu connosco, viveu connosco, dando-nos tudo o que pôde, até a sua saúde e dando-se ele próprio, generosa e totalmente.
Este acto de homenagem que hoje a nossa Paróquia quer prestar ao Sr. Padre António Neves, é um acto muito simples, mas que para nós significa muito. Significa que aprendemos muito consigo, que lhe estamos muito gratos por tudo o que nos deu e que nunca o esqueceremos, desejando-lhe muita saúde e alegria para viver muitos anos e bons.
É tudo isto que nós hoje queremos celebrar.
Obrigada, mais uma vez, Sr. D. António, nosso Bispo, por vir celebrar connosco e para nós, estes acontecimentos. Obrigada por trazer os dons do Espírito Santo. Que todos nós sejamos merecedores e dignos d’Ele.
Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo,
Senhor P. Armando, nosso Arcipreste,
Caríssimo P. Neves,
Caríssimos Colegas,
Digníssima Junta da Freguesia,
Estimadas Religiosas,
queridos jovens Crismados e Amigos Paroquianos.
Hoje a nossa Paróquia está a viver um dos seus dias grandes. Por isso está em Festa. Temos entre nós, mais uma vez o Senhor Bispo, o nosso Pastor. Senhor D António estamos gratos por estar connosco. A presença do Senhor Bispo é sempre estimulante e empenhativa.
Caríssimo Pe. Neves, a Paróquia do Campo, que serviu com tanto zelo, decidiu, e muito bem e com que me congratulei, prestar-lhe a devida homenagem, simples mas muito sentida. Toda esta Paróquia reconhece o muito e bem que fez por ela. Eu próprio, à medida que vou conhecendo a Paróquia mais vou reconhecendo as marcas indeléveis da sua presença e trabalho pastoral ao longo dos dezassete anos. Posso testemunhar o carinho, a simpatia e a delicadeza com que se fala do nosso bom amigo P Neves. Há factos que ficarão sempre ligados ao P Neves. Para enumerar apenas alguns destaco a renovação litúrgica com a participação da Comunidade. A catequese organizada. Os movimentos, quer de cariz espiritual, quer os de cariz apostólico. Claro que ao nível pastoral, porque não é possível quantificar, não se consegue dizer tudo. Mas nota-se e sente-se. Não podemos esquecer as estruturas pastorais: A Residência Paroquial, a Igreja de Moure, cujas construções liderou. A restauração profunda da Igreja Paroquial, da capela de Vila Nova, da capela de a Nª Srª das Dores e o empenho colocado em ordem à restauração e ampliação da capela de Moselos, cujo projecto está em fase de aprovação na Câmara Municipal. Senhor P. Neves, em nome de toda a Paróquia, o nosso reconhecimento muito sincero por tudo o que fez por esta para si tão cara Paróquia. O Senhor será sempre bem vindo. Todos nós gostamos de o ver por cá.
Queridos jovens crismados, a Paróquia conta convosco. Eu espero muito de vós. A Igreja e a sociedade precisam de vós. Sois o futuro da Igreja e do mundo. No dia do Corpo de Deus, na Vigília de Oração, assumistes um compromisso concreto na nossa Comunidade Paroquial. Procurai ser fiéis a esse compromisso. Sede dóceis à acção do Espírito Santo que hoje desceu sobre cada um de vós. Que o vosso crescimento seja global ( idade, estatura e graça).
Quero, mais uma vez agradecer a presença do Senhor D. António. Senhor P. Antonio, estamos gratos por ter aceite esta tão modesta homenagem. Quero agradecer a presença dos colegas sacerdotes, das Religiosas e de todos vós.
Não posso deixar de expressar o meu reconhecido agradecimento aos catequistas que preparam estes jovens para o Crisma e a todos os Catequistas que ao longo do ano deram do seu tempo e esforço em favor da Evangelização das crianças e adolescentes. Agradeço a colaboração extraordinária das Irmãs do Espírito Santo ( Casa dos Retiros) dada nesta semana de preparação intensiva. Agradeço igualmente a colaboração prestada pelo Senhor Padre Diamantino (o recém ordenado Sacerdote).
Uma palavra de agradecimento para os grupos Corais da Paróquia, não podendo deixar de realçar o empenho notável do Paulo do Fernando e do Daniel.
Agradeço o facto da Junta da nossa Freguesia se ter prontamente associado a esta homenagem.
Os últimos são os primeiros. Um agradecimento especial para todos e cada um dos Movimentos da Paróquia. Eles foram a alma da organização da homenagem ao Senhor P. António Neves. Nestes queremos integrar o Conselho Económico da Paróquia e o Juiz da Igreja. De referir o entusiasmo que colocou na decoração e passadeira, o Grupo de Jovens do Campo, que muito me sensibilizou.
Finalmente, vai uma palavra de parabéns e agradecimento a todos vós que de uma maneira ou outra colaborastes em tudo isto: vós Pais, vós jovens, vós crianças, vós zeladoras da Igreja, vós Caríssimos Paroquianos.
Pe. Miguel Abreu
TESTEMUNHOS
Manuel Lopes Martinho
AO PADRE ANTÓNIO NEVES
MENSAGEM DE AMIZADE E GRATIDÃO
De Manuel Lopes Martinho
Meu bom amigo Padre António:
Foi há mais de setenta anos.
Éramos meninos, condiscípulos na Escola Primária da nossa Vila, ali defronte da antiga e agora restaurada igreja de S. Pelágio, em cuja pia fomos baptizados na mesma fé. Depois… cada um de nós seguiu o seu caminho.
Tu rumaste ao Seminário, acedendo ao chamamento de Cristo para o sacerdócio. Eu lá fui frequentar o Colégio da nossa terra, com a ajuda dos meus Pais, dos meus Professores e até do Município…
Perdoa-me, saudoso Padre António, esta minha divagação pessoal, pois não é de mim próprio que eu quero falar, mas sim do teu magistério pastoral e das tuas virtudes humanas.
Ao longo dos nossos percursos diferentes, era frequente encontrarmo-nos, rememorando o passado, analisando o presente, perspectivando o futuro.
E faziam-me bem esses encontros, porque sempre via que eram motivo de alegria no teu olhar e no teu abraço amigo. Como te ficarei para sempre grato por esses momentos!
Fui acompanhando a tua acção paroquial, durante anos e anos, pela nossa diocese além, servindo devotadamente comunidades de vasta ou mais reduzida dimensão.
Nem mesmo ignorei as tarefas de responsabilidade central diocesana que te foram sendo confiadas.
E também um dia a nossa Oliveira precisou de ti como pastor, embora transitoriamente, com geral agrado dos nossos conterrâneos, sem esquecer as benemerências que fizeste à nova igreja de Nossa senhora da Conceição, então em fase de acabamentos.
Meu bom P.eAntónio, tenho gravados na memória os passeios que fizemos, já em nossa terceira idade, com outros nossos Amigos. Eram estas deambulações sempre grande motivo de prazer, pela cultura que revelavas a propósito dos temas mais simples e de outros bem profundos, os ditos espirituosos que te saíam espontaneamente e até a tua exímia condução automóvel…
Porém, doença implacável veio reduzir fortemente as tuas capacidades, terminando por prostrar-te em grande sofrimento, durante os últimos anos da tua vida terrena.
P.e António:
Alguém do meu lar familiar me disse que, sofrendo como sofreste no ciclo final da tua vida terrena, cumpriste já aqui o teu purgatório.
E eu acrescento: – sim, se pelos teus méritos e virtudes a tua alma ainda de purgatório precisasse para entrar na eterna felicidade…
Rogo-te que intercedas junto de Deus pelo teu amigo grato e pecador
Martinho
Oliveira de Frades, 17 -10-2015
Rosa Maria – Uma paroquiana
RECORDANDO…
Recordando o senhor Padre António… quanto haveria a dizer!
Cresci com ele, melhor, ele ajudou-me a crescer e a ser a mulher que sou hoje. Sensível como era, percebeu a minha orfandade e deu-me a conhecer o rosto maternal de Deus. Ensinou-me – e eu aprendi – que nunca estaria só. Proporcionou-me múltiplos momentos de partilha, encontros, formação religiosa para as minhas dúvidas/inquietações de adolescente e jovem, ou seja, fortaleceu a minha forma de viver a fé.
Convidou-me para a catequese e tornei-me catequista aos 16 anos (uma enorme responsabilidade que me “obrigou” a aprender e a ter uma fé minimamente esclarecida). Que bonitas eram as festas da Primeira Comunhão!
Convivia connosco no Grupo Coral de Vila Nova, onde estava o jovem Virgílio (agora Pe. Virgílio) e era nosso amigo, ajudando-nos a crescer como grupo cristão.
A sua delicadeza, educação, cultura e brio pastoral fizeram uma “revolução” na nossa paróquia. Ele formou grupos de catequistas, de leitores, etc. e os leigos passaram a colaborar ativamente. Valorizou as nossas capelas e igreja restaurando o essencial, dinamizando a prática religiosa nos vários lugares de culto.
O senhor Padre António foi um Homem de oração e de ação que fez uma grande sementeira pelas terras do Campo. A sua memória será também eternizada nas nossas recordações.
Rosa Maria

Padre Virgílio
Gratidão e Confiança
Pediram-me para escrever um testemunho/homenagem ao Pe. António Neves. Teria imensas coisas positivas para salientar, mas, infelizmente, não se podem transcrever neste breve testemunho. Aquilo que não é dito, está gravado, de forma indelével, na minha vida.
Ainda me recordo perfeitamente, em 1984, quando na sacristia da igreja de Vila Nova, informei o Pe. António João da Silva Neves, da minha vontade de ingressar no Seminário Maior de Viseu. A sua reação foi de grande serenidade, como era seu apanágio. A euforia era minha! Mais tarde, percebi que era eu que deveria mostrar, em verdade, este sentimento e este chamamento interior à vocação sacerdotal.
Nesse ano, frequentava o 9 ano de escolaridade e tinha a nítida impressão que iria entrar no Seminário, frequentando o 10 ano. Estava eufórico! No entanto, fui resfriado com a intervenção do reitor do Seminário Maior, que me aconselhou a fazer o secundário numa escola de Viseu e entrar posteriormente. E assim foi. Nesse período de tempo, começou a haver uma aproximação maior com o Pe. António, apresentando a minha disponibilidade para as várias tarefas pastorais da Paróquia. Começou a brotar esta cumplicidade entre mim e o Pe. António. A seu lado, começava a sentir um ‘pequeno padre’, pela partilha de preocupações pastorais que existia entre os dois. Esta cumplicidade, tornou-se ainda mais intensa quando ingressei no Seminário, em 1987. O Pe. António Neves convidava-me para ir a sua casa, para ir tratando de alguns assuntos de Cartório Paroquial, onde saboreava os deliciosos cozinhados da D. Maria do Carmo. Passava largas horas a ouvir os LP’s e cassetes de cânticos para, depois, ensaiar aos grupos corais e às crianças pois, até nas eucaristias semanais de Vila Nova, tínhamos um pequeno coro de crianças para cantar.
Recordo muito bem o zelo e o brio pastoral com que o Pe. António preparava as Festas da Catequese da Paróquia, e isso marcou-me para a minha futura vida Presbiteral, nas comunidades que servi e sirvo.
Uma das grandezas do Pe. António, que reconheço claramente, foi ele perceber que a minha estada no Seminário me dava algumas ferramentas pastorais acrescidas e soube aproveitar isso muito bem, responsabilizando-me da preparação das festas da catequese na Paróquia do Campo. Recordo a diligência com a qual ele me ía buscar ao Seminário, para fazer os preparativos dessas atividades pastorais.
Trata-se de uma extraordinária percepção do pastor, aberto à ação de outros, integrar e coordenar, sem ter que fazer tudo.
Não posso deixar de referir o seu empenho incondicional nos preparativos da minha Ordenação Presbiteral, em 25 de Julho de 1993, no largo exterior, do então Instituto de S. José. Lembro que, na primeira reunião de preparação para este evento, com um grande número de leigos, quando cheguei ao Seminário passei a noite em claro, de tal comoção, por verificar tanta dedicação e organização do Pároco e leigos. Não me considerava digno de tal dimensão! Na realidade, não era a minha pessoa concreta que contava, mas sim a Grandeza de Deus que representava.
Muitas coisas teria a partilhar sobre a pessoa, enquanto pastor, do Pe. Neves; guardo a sua grande confiança e contributo no desabrochar da minha vocação ao sacerdócio, que lhe devo grandemente.
Um grande admirador do Pe. Neves,