CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

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PARÓQUIA DE CAMPO DE MADALENA

DIOCESE DE VISEU

CAPITULO 1

INTRODUÇÃO

Dado que a capelinha de Nossa Senhora das Dores, fora inicialmente construída no lugar denominado Songuinha, no lugar do Campo, concelho e diocese de Viseu, cuja data se pensa ter sido entre 1860/1870, e actualmente se reconstruiu no lugar do Cimo do Soito, também do Campo, parece que não teria sentido que se não divulgasse aos vindouros as razões desta mudança. Obviamente, para que tal objectivo fosse concretizado, seria preciso elaborar um pequeno historial, dos factos que concorreram para isso. Naquele tempo a capelinha era propriedade privada, mas nela eram celebrados actos religiosos, como a missa; o mesmo e dizer-se que ela estava aberta ao culto divino. A Igreja, por intermédio do Pároco da freguesia, realizava lá os actos litúrgicos que bem entendesse.

Tratava-se, porém, de um templo que se desconhece o modo como teria sido obtida a respectiva licença para a bênção. Sabe-se como verdade que ela fora mandada construir em cumprimento de uma promessa, e que, daí em diante, nela, de entre o mais, se fazia a festa religiosa em honra de Nossa Senhora das Dores, no segundo domingo de Agosto, de cada ano.

Ao que se pressupõe nesta época, a Igreja Católica Romana, ia aceitando estas ermidas que sendo sem duvida erigidas com fé e devoção, elas, no entanto, não se integravam nas estruturas da respectivas paróquias e nem delas eram dependentes. As coisas iam-se processando-deste modo com o respectivo culto. Até, diga-se em verdade, em certos lugares, tornava-se evidente como um certo privilégio, o possuírem as famílias uma destas capelinhas. Quantos solares as tinham? E quantas famílias populares, como a do caso presente, possuíam também estes templozinhos?

O Bispo de Viseu, D. José da Cruz Moreira Pinto, em 17 de Maio de 1938 publicou um Decreto acerca de «ALGUMAS NORMAS SOBRE O CULTO DIVINO». Era um Decreto austero e de rigoroso zelo religioso que, naqueles termos iria provocar muitos problemas, face à tradição do povo mesmo cristão. De entre o mais a questão das capelinhas que estavam à margem da igreja, como particulares, tinham que entrar no esquema do citado Decreto.

À ermida de Nossa Senhora das Dores, no Campo, foram, naturalmente, sucedendo herdeiros do devoto, Francisco Marques do Espírito Santo, que mandara fazer a capelinha, os quais iam fazendo a festa em honra da Senhora com celebração Eucarística, e, como é evidente, com o tradicional arraial.

Tudo foi correndo em harmonia ate a publicação do referido Decreto.

Pelas razões constantes deste trabalho, ver-se-á que a capelinha foi interdita ao culto divino. E foi abandonada…

Após 40 anos reconstruiu-se a referida capelinha mas noutro local denominado Cimo do Soito, no Campo, para cuja obra foi ao local,o Bispo de Viseu, D. José Pedro da Silva, que concedeu a necessária autorização.

Os herdeiros da capelinha de Nossa Senhora das Dores, após a reconstrução do actual templo, sito ao Cimo do Soito, no dito lugar do Campo, entenderem por bem ,que seria muito importante para a comunidade paroquial que alguém relatasse os acontecimentos havidos relacionados com a capela.

Desta ideia, surgiu, porém, o pior para mim, porque eles empurram-me para a feitura deste trabalho.

Fi-lo e apresento-o a todos que o queiram saber.

Não deixo, todavia de dizer que, devido às minhas limitações e dificuldades que fui tendo, que foram muitas e de vária ordem, e ainda, pelo facto de residir em Coimbra, se tornou muito moroso. Como não podia deixar de ser, este trabalho prima pela simplicidade e pela pobreza literária, por não possuir taI riqueza.

Finalmente: entendi que se se não juntasse a este trabalho um estudo genealógico, referente aos descendentes do devoto de Nossa Senhora das Dores e que fora, Francisco Marques do Espírito Santo, do citado lugar do Campo, surgiria uma lacuna que provocaria uma historia incompleta acerca da capela em questão. Exactamente por essa razão, juntei-o, e é com alegria que vejo, que todos os indivíduos que fazem parte deste estudo são cristãos pelo baptismo da Igreja Católica Romana, como nele se vê.        

Neste estudo também prestou colaboração o Alfredo Nunes Correia, do Campo.            

Campo, 13 de Junho de 1988.

José Augusto Seixas.