Olha ao lado

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Projeto “Olha ao Lado…”

Como tudo o que é humano, as nossas instituições, mesmo as que nasceram do impulso da caridade, correm o risco de cristalizar, estiolar e, se não morrerem, de ficarem anémicas, apenas vivendo da rotina.

Por isso, é importante fazer perguntas, levantar questões, interrogar-se a si e interroga a comunidade……

Continua a haver miséria e necessitados, infelizmente. Mas pode acontecer que as necessidades e os necessitados de hoje não sejam bem iguais aos de ontem. Por isso, a resposta tem que ser diferente. Desta observação, nasceu o projeto “Olha ao lado” … Presta atenção!…. Não andes distraído!…

A sociedade de hoje é muito individualista. Cada um dos indivíduos centra-se muito em si. …Depois, as máquinas pensam por nós…. E tudo o que é sensibilidade, humanidade, interajuda, empatia, serviço …, passa-nos ao lado. Por isso, este projeto tem três momentos:

  1. Tentar descobrir e, depois, perceber as carências, as necessidades das pessoas que vivem perto de mim. Necessidades de ordem material(pobreza) de ordem psicológica (depressões) de ordem espiritual (perda de sentido da vida, “ando para aqui a fazer o quê?”. Pobreza ainda marcada pela solidão (falta de companhia), agravada pela falta de mobilidade, (ou porque as pernas já não permitem ou porque os acessos são difíceis).
  2. Juntar bens materiais (arroz, massas, enlatados……) ou descobrir ajudas que possam servir de apoio a pessoas que embora não lhes faltando que comer, carecem de solução para questões que as angustiam, desde o desequilíbrio emocional até à resolução da burocracia   como o simples preenchimento de um boletim do IRS. ou do complemento solidário de idosos
  3. Terceiro momento é decidir-me a aproximar-me da pessoa e ajudá-la nas coisas mais simples, desde o varrer a casa, despejar-lhe o lixo, explicar-lhe uma notícia recentemente saída na televisão e que ela não entendeu, …pô-la em contacto com filho(a) através do WhatsApp, ler-lhe o jornal……e muitos outros gestos capazes de ganhar confiança, criar laços…

E quando isto acontece está o caminho aberto para a prática de uma caridade que dignifica tanto quem a pratica como quem dela beneficia porque resulta de um verdadeiro “amor de Deus largamente derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rom.V,5)

Pe. José Alves, CM